A prematura necessidade de encontrar um novo papa, após o inesperado anúncio de renúncia do pontifício Bento XVI na última segunda-feira (11/02), orientou, durante a semana, todas as atenções para os possíveis candidatos e o conselho de cardeais que escolherá a próxima autoridade máxima do Vaticano. Denominada “conclave”, a eleição do cardeal que ocupará o posto máximo do Clero deve ter início entre os dias 15 e 20 de março, segundo o Vaticano.
Somente podem participar do conclave os cardeais com idade interior a 80 anos. Devido ao critério, dos 210 elevados ao posto clérigo em todo o mundo, 92 (incluindo Bento XVI, que tem 85 anos) já estão automaticamente excluídos. Ao todo, 117 eclesiásticos têm direito a voto no conclave, já que o ucraniano Lubomyr Husar completará 80 anos antes de 28 de fevereiro, dia em que Bento XVI deixará de ser pontífice.
A média de idade dos 117 cardeais elegerão o novo papa é de 71,9 anos. Ao todo, 50 países estão representados pelo grupo eclesiásticos, também candidatos ao pontificado. Destes, apenas 19 são latino-americanos. O dado mostra uma desproporção quanto à representatividade nos altos postos religiosos do Vaticano, já que a América Latina concentra quase metade dos católicos do mundo.
Entre os latino-americanos, por sua vez, aparecem eclesiásticos de Honduras, Argentina, República Dominicana, Cuba, Chile, Venezuela, Equador, México, Colômbia, Peru e Brasil. Os 19 votos, no entanto, podem ser insuficientes para garantir representação da região na chefia de Estado da Cidade do Vaticano, já que 61 dos eleitores são europeus. Destes, 46% são da Itália, tradicional terra natal do papado, mas que não se vê representada na cume da hierarquia católica há 35 anos.
A Itália tem, de longe, o maior número de candidatos ao posto deixado por Bento XVI. Seus 28 cardeais com menos de 80 anos deixam os Estados Unidos para segundo lugar quanto a maior representação no conselho, com 11 cardeais. O ranking é seguido pela Alemanha, com seis eclesiásticos votantes e Brasil, Índia e Espanha, com cinco cada. A Polônia, país do papa João Paulo II (1978-2005), antecessor de Bento XVI, conta com quatro cardeais eleitores-candidatos.
Os brasileiros que figuram no conselho são Cláudio Hummes, ex-arcebispo de São Paulo e prefeito emérito da Congregação para o Clero, o mineiro Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de Salvador, o arcebispo de São Paulo Odilo Pedro Scherer, o atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Raymundo Damasceno Assis, e João Braz de Aviz, ex-arcebispo de Brasília.
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Dos cinco brasileiros, apenas Scherer e Braz de Aviz possuem menos de 70 anos e se enquadram na “idade ideal” para o papado, descrita por Hummes em entrevista publicada na última quarta-feira no jornal Folha de S. Paulo. “Espero que [o papa eleito] seja um homem mais novo”, afirmou, quando questionado sobre suas chances para o posto. “Tivemos um papa muito jovem, João Paulo II, que foi eleito com 58 anos, e depois um papa muito idoso, o Bento 16, eleito com 78 anos. Espero agora que encontremos a média”, completou.
A preocupação com idade do futuro papa também foi evidenciada na mensagem de renúncia do próprio Bento XVI. Em seu discurso, o eclesiástico alemão afirmou que a Igreja e os novos problemas que a instituição deve enfrentar demandam um alto representante com maior vigor físico. A mensagem indica a necessidade de um jovem para o encargo, o que no caso da igreja católica indica uma idade na faixa da indicada por Hummes, já que não existem cardeais com menos de 50 e poucos anos.
Nascido no Rio Grande do Sul e descendente de alemães, Scherer é considerado, aos 63 anos, como o latino-americano com mais possibilidades de ocupar o posto deixado por Bento XVI. Braz de Aviz, por sua vez, ocupa, aos 65 anos, a maior hierarquia brasileira no Vaticano, como prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
Entre os 117 votantes e candidatos a papa, 47 têm idade entre 60 e 70 anos. Destes, 49% são europeus (21,2% italianos), 19% latino-americanos, 15% dos Eua e do Canadá, 10,6% africanos e 6,4% asiáticos. Somente quatro dos 117 religiosos, com idades entre 76 e 79 anos, são cardeais há mais de 20 anos. O número ascende para 50 quando considerados os cardeais nomeados há mais de 10 anos. Neste caso, a idade dos eleitores varia de 60 a 79 anos. Cerca de 35% dos votantes foram elevados ao posto de cardeal a partir de 2010.
A eleição do papa, uma das votações mais herméticas do mundo, é tradicionalmente realizada na Capela Sistina. Sentados em mesas dispostas lado a lado, os cardeais preenchem - de forma individual e secreta - o espaço em branco das cédulas de votação com o nome de um candidato e as depositam em uma urna. Os votos são contabilizados e lidos em voz alta por três cardeais selecionados do grupo. Caso a quantidade de votos não coincida com o número de presentes, as cédulas são queimadas e o processo reiniciado.
No caso de que nenhum candidato obtenha dois terços dos votos, as cédulas são queimadas e uma fumaça negra é expelida pela chaminé do Vaticano. Neste caso, o mundo católico sabe que ainda não terá o nome do futuro papa. Quando um dos cardeais é eleito, o resultado é uma fumaça branca ganhando o céu.
A preocupação com idade do futuro papa também foi evidenciada na mensagem de renúncia do próprio Bento XVI. Em seu discurso, o eclesiástico alemão afirmou que a Igreja e os novos problemas que a instituição deve enfrentar demandam um alto representante com maior vigor físico. A mensagem indica a necessidade de um jovem para o encargo, o que no caso da igreja católica indica uma idade na faixa da indicada por Hummes, já que não existem cardeais com menos de 50 e poucos anos.
Nascido no Rio Grande do Sul e descendente de alemães, Scherer é considerado, aos 63 anos, como o latino-americano com mais possibilidades de ocupar o posto deixado por Bento XVI. Braz de Aviz, por sua vez, ocupa, aos 65 anos, a maior hierarquia brasileira no Vaticano, como prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.
Entre os 117 votantes e candidatos a papa, 47 têm idade entre 60 e 70 anos. Destes, 49% são europeus (21,2% italianos), 19% latino-americanos, 15% dos Eua e do Canadá, 10,6% africanos e 6,4% asiáticos. Somente quatro dos 117 religiosos, com idades entre 76 e 79 anos, são cardeais há mais de 20 anos. O número ascende para 50 quando considerados os cardeais nomeados há mais de 10 anos. Neste caso, a idade dos eleitores varia de 60 a 79 anos. Cerca de 35% dos votantes foram elevados ao posto de cardeal a partir de 2010.
A eleição do papa, uma das votações mais herméticas do mundo, é tradicionalmente realizada na Capela Sistina. Sentados em mesas dispostas lado a lado, os cardeais preenchem - de forma individual e secreta - o espaço em branco das cédulas de votação com o nome de um candidato e as depositam em uma urna. Os votos são contabilizados e lidos em voz alta por três cardeais selecionados do grupo. Caso a quantidade de votos não coincida com o número de presentes, as cédulas são queimadas e o processo reiniciado.
No caso de que nenhum candidato obtenha dois terços dos votos, as cédulas são queimadas e uma fumaça negra é expelida pela chaminé do Vaticano. Neste caso, o mundo católico sabe que ainda não terá o nome do futuro papa. Quando um dos cardeais é eleito, o resultado é uma fumaça branca ganhando o céu.
Fonte: Opera Mundi
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